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Fazer plano de negócios, correr riscos e estudar o ramo que pretende atuar são os primeiros passos, dizem especialistas do Sebrae
RIO – Depois de dois anos seguidos de recessão, com a atividade econômica recuando 8%, abrir o próprio negócio pode ser um caminho, mas não para todos. Rodrigo Brantes, gerente de atendimento do Sebrae-RJ, afirma que, sem um plano montado e coragem para correr riscos é difícil que a nova empreitada siga adiante. Pelos números do IBGE, somente 32,9% das empresas sem empregados, característica dos microempreendedores individuais, conseguem sobreviver após cinco anos.
— O empreendedor tem que estar sempre procurando oportunidade, mesmo que já tenha um bar, um restaurante, tem que pesquisar um fornecedor novo, um produto ou serviço diferente. O importante é sempre estar correndo atrás e não se acomodar. Tem que impor seus próprios desafios, senão quem vai ser desafiado é você, com uma concorrência do lado que não esperava.
Outra característica básica é a persistência, diz Rodrigo. Há empresários de sucesso que já quebraram várias vezes antes de se firmar no negócio e crescer.
— Mas não mergulhe no vazio. Planejamento é fundamental para começar um negócio. O problema é que planejar não está na cultura do brasileiro, vai trabalhando conforme os obstáculos vão surgindo.
Para quem perdeu o emprego e engrossou a contingente de 12 milhões que estão procurando uma vaga e resolveu ser seu próprio patrão, o planejamento tem que ser levado à enésima potência, diz Brantes:
— De repente, aos 50 anos, a pessoa perde o emprego e, para tentar manter o salário que tinha como empregado, resolve abrir uma empresa. Essa pessoa tem que pesquisar muito, não adianta ficar perguntando o que está dando dinheiro. Tem que ver onde há oportunidade.
A analista do Sebrae-RJ, Juliana Lohmann, lembra que procurar novas áreas, novos negócios, ainda em crescimento, como no digital, que geram mais oportunidades.
O Sebrae oferece oficinas para quem está começando. Como montar um plano de negócios, imprescindível para quem quer conseguir crédito, formar preço, escolher fornecedor, como ser microempreendedor individual, que tem o limite máximo de R$ 60 mil por ano, pagando pouco mais de R$ 50 por mês de impostos. E como migrar para microempresa.
— Alguns empreededores começaram assim e depois conseguir migrar um negócio maior — diz Brantes.
SEBRAE FAZ CONVÊNIO COM BANCO DO BRASIL
Outro entrave para o negócio é o crédito. Sem garantias, o acesso ao dinheiro é mais difícil. Segundo Brantes, há linhas disponíveis na Agência Estadual de Fomento (AgeRio), na Caixa e no Banco do Brasil, que são balcões mais acessíveis para crédito para micro e pequenas empresas. O Sebrae também fez parceria com Banco do Brasil, para conceder crédito mais barato e fácil.
— A taxa vai ser de 1,3% ao mês, abaixo até do empréstimo consignado, um dos mais baratos do mercado — afirmou Juliana.
O objetivo do convênio é atender cerca de 40 mil empresas em dois anos, com R$ 1,2 bilhão de uma linha do BB e mais R$ 7 bilhões do BNDES.
Fonte: O Globo
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