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Comprar ou vender uma empresa exige cuidado de ambas as partes envolvidas no processo. Erros no processo de avaliação podem permitir que maus negócios se concretizem. E ao invés de lucros, o que se pode esperar são ônus
A falta de entendimento referente à real situação da empresa e ao potencial do negócio são alguns dos erros graves apontados por especialistas em avaliação de empresas.
Uma das dicas é conhecer profundamente e de forma racional a empresa. De acordo com o consultor do Sescap-Ldr e especialista em avaliação de empresas Moacir Vieira dos Santos esses pontos são determinantes para uma avaliação realista e ajudam evitar equívoco. “Um perigo é achar que apenas máquinas, instalações, imóveis ou outros ativos físicos têm peso alto no valor de uma empresa e esquecer que o principal valor está relacionado com a capacidade de gerar riquezas no futuro”, ressalta o consultor.
Diante do processo de descobrir o valor real de uma empresa a elaboração “Valuation” pode ser um grande aliado do empresário.
Derivado do inglês, “Valuation” significa avaliação, e que em finanças é a mensuração econômica do valor de uma empresa ou projeto. Segundo Santos, o processo de “Valuation” é a definição de premissas matemáticas, estatísticas e métodos contábeis recomendados academicamente e validados pelo mercado, na qual englobam vários métodos de avaliação, desde os mais técnicos e complexos a outros mais aplicáveis ao estágio, porte e histórico da empresa.
O método mais utilizado globalmente é o de Fluxo de Caixa Descontado (FCD) que traz o valor presente do fluxo de caixa projetado da empresa através de cenários, premissas e indicadores de mercado. “Não podemos deixar de citar as avaliações empíricas e de praxe de mercado que não têm fundamentação acadêmica, mas que são largamente utilizadas”, explica o consultor. Ele acrescenta que utilizando o método FCD a empresa vale a geração de caixa projetada no futuro, trazendo este fluxo ao valor presente numa taxa média de custo de capital e adicionando o que se chama de perpetuidade ou valor terminal, que é fluxo de caixa no infinito, ou seja, é a geração de riqueza prevista da empresa no futuro mais o fluxo de caixa perpétuo.
Nota-se que avaliar uma empresa é trabalho para quem realmente entende do assunto, como profissionais especializados em controladoria, finanças e contabilidade. Considerado peça fundamental no processo de “Valuation”, o empresário contábil tem em mãos a maior parte das informações necessárias para avaliação, desde as demonstrações financeiras ao conhecimento profundo da empresa, gestão e seus processos.
De acordo com o consultor, uma empresa adequada às normas de contabilidade com fundamentos sólidos, refletindo a sua realidade da empresa fará com que a Valuation seja mais justa do ponto de vista econômico e financeiro. Além disso, o suporte e assessoria do contador favorecem para que o empresário tome uma decisão assertiva e técnica. Ele pode e deve fazer o aconselhamento do ponto de vista contábil e fiscal, bem como indicar qual cenário ou modelo de avaliação é adequado ao negócio e se uma oportunidade é de fato benéfica ou prejudicial a empresa”.
Engana-se quem pensa que avaliação de empresa só deve ser feita no processo de compra e venda ou na entrada e saída de sócios. O recomendável é que se faça uma avaliação periodicamente para que de fato o empresário possa verificar se a empresa no decorrer do tempo está gerando valor ou o que precisa ser feito para que isto ocorra.
Fonte: Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr).