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Telefônica mira fibra óptica após ano de economias e lucro maior que rivais

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Gastando menos e com resultados satisfatórios mesmo durante ano difícil para setor de telecom, dona da Vivo faz planos para troca do parque e comemora crescimento de base móvel pós-paga

São Paulo – Com resultados operacionais melhores que os das principais concorrentes em 2016, a Telefônica Brasil pretende ampliar sua rede de fibra óptica. Com o ‘cinto apertado’ e ainda colhendo benefícios da compra da GVT, a companhia espera ampliar a lucratividade da banda larga fixa e da TV paga através da atualização.

“Nós somos o maior operador de fibra na América Latina, e vamos continuar expandindo nossa rede”, afirmou o CEO da companhia, Eduardo Navarro, em sua primeira teleconferência a frente da maior tele do País desde a saída de Amos Genish (ex-GVT) do posto máximo de comando.

De acordo com o documento apresentado pela operadora, o parque de banda larga em FFTx [ou baseada em fibra] atingiu 4,1 milhões de clientes no 4T16, ou 57% dos acessos em banda larga. Do total, 735 mil são via FTTH [fiber to the home], ou a fibra ligada diretamente na casa do consumidor final. De acordo com o especialista em telecomunicações e analista da consultoria Ovum, Ari Lopes, a iniciativa deve mirar tanto cidades onde o grupo ainda não atua, mas também São Paulo, “onde a empresa ainda tem muitas oportunidades de crescer através da mudança do cabos ADSL [ou fio de cobre] por novos de fibra”. De acordo com Lopes, o processo demandará um “planejamento cuidadoso e caro, visto que é difícil convencer as pessoas a pagarem mais por um serviço, mesmo que este seja melhor”. O tíquete-médio (ou ARPU) pago pelos clientes que utilizam a fibra é maior do que o dos usuários de tecnologias mais antigas.

“A fibra em si não é cara, mas a engenharia de conectá-la de poste em poste é”, prossegue Lopes. “Um dos problemas é negociar com o dono dos postes, que muitas vezes estão sobrecarregados    ou sem espaço. Além disso, é preciso uma certa garantia de demanda”, explica. De acordo com a companhia, o uso do big data vai auxiliar a identificação de praças mais vantajosas.

Ainda assim, o analista da Ovum da avalia que “há muitos municípios com perfil de renda interessante e que não estão sendo atendidos por nenhuma grande operadora”. Tal grupo de cidades é majoritariamente absorvido pelos provedores regionais de internet, que detém cerca de 10% do market share de banda larga.

O aumento da rede de fibra também vai favorecer a entrega da TV paga através da tecnologia, abrindo caminho para uma eventual oferta convergente que ainda não é realizada pela empresa. “O Telefônica ainda não capturou a oportunidade de oferta quadriplay”, pontua Ari Lopes, em relação aos pacotes – já praticados por rivais como Oi e América Móvil – que conjugam telefonia móvel e fixa, banda larga e televisão por assinatura.

Balanço

“Outro ponto importante é o crescimento na base pós-paga em um momento onde as rivais tentam acelerar o mesmo movimento”, avalia Lopes. Ao longo de 2016, a base pós da marca Vivo subiu 9,5%, batendo os 26 milhões de usuários contra 40 milhões da modalidade pré, que recuou cerca de 4%. A receita da Telefônica com a operação móvel somou R$ 24 bilhões em 2016 (+3%) e fixa, R$ 16,9 bilhões – que, consolidados, perfizeram R$ 43,1 bilhões – 59,1% oriundas de serviços não-voz.

Mesmo que apenas 0,9% acima do montante de 2015, os números não impediram um lucro 22,6% maior na mesma base de comparação.

“Ela foi muito eficiente em capturar as sinergias com a GVT e de priorizar a rentabilidade da operação ao invés de entrar em guerra de preços”, avalia o analista Ari Lopes. Em 2016, as despesas operacionais (opex) do grupo caíram 1,8%, para R$ 28,8 bilhões, enquanto o investimento e as despesas com capital (capex) recuaram 3,8%, para R$ 8 bilhões – ou 18,8% da receita de serviços. Em 2015, a Telefônica Brasil investira R$ 8,3 bilhões. A internalização de serviços de call center e a ações ativas de cobrança contribuíram.

Fonte: DCI – 23/02/2017 – 05h00

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