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Se até 2020 não houver ajustes, toda a energia mundial existente será utilizada pelo Bitcoin
As moedas criptografadas estão em alta, liderada pelas Bitcoins, mas segundo especialistas, ainda é incerto o futuro desse tipo de investimento. O Banco Central, inclusive, divulgou um comunicado ao mercado para alertar a população sobre os riscos de comprar e manter moedas virtuais com finalidade especulativa, ao alertar que não há garantias de qualquer autoridade monetária para conversão das criptomoedas em moedas como real ou dólar.
Paralelamente a esse cenário de incerteza financeira, outras questões cercam o assunto: a segurança dos dados e informações de empresas e pessoas físicas e a infraestrutura necessária para manutenção da operação virtual. A atenção, necessariamente, precisa se voltar para o consumo excessivo de energia utilizada para minerar as moedas digitais. Se todas as máquinas ligadas ao blockchain do Bitcoin fossem um país, esta nação fictícia ocuparia o 61º lugar em consumo de energia elétrica no mundo. É uma estupidez despender tanta energia para processar uma simples transação.
A exemplo, toda a mineração de Bitcoin no mundo consome um total de 29,05 TWh (Terawatt-hora) de eletricidade anualmente, o que equivale a 29 bilhões de quilowatt/hora. Minerar já gasta mais energia do que a consumida em países como Irlanda, Croácia, Uruguai e Equador. Na lista, o Brasil aparece ocupando a oitava posição no ranking dos países que mais gastam energia no mundo.
Caso a taxa se mantenha nesse nível, a expectativa é de que até o início de 2019, as criptomoedas estejam utilizando a energia equivalente ao nível de consumo da Inglaterra. Em 2020, se não houver algum de tipo de regulamentação, toda a energia mundial existente poderá ser esgotada no processo de produção das moedas virtuais.
Se a mineração de Bitcoins superar a fase “bolha”, evoluir e se estabelecer como uma operação economicamente viável, os desenvolvedores de criptomoedas terão de encontrar outra forma de validar as transações, pois o método de força bruta baseada no Proof of Work (PoW -prova de trabalho) é totalmente ineficiente do ponto de vista energético. Cada transação exige diversos “mineradores” que concorrem para ver quem acerta antes um cálculo matemático complexo, gerando trilhões de tentativas e erros, portanto, é insustentável.
Outro alerta fica aos governantes mundiais, que terão que tomar decisões para administrar outros dois agravantes que surgem em virtude da atividade de mineração: o aumento de poluição e a elitização da energia (com a alta da demanda, o preço se elevará).
Esse alto custo da energia elétrica, num futuro se apresentará, como um aspecto restritivo à produção das próprias moedas virtuais caso o modelo do PoW e a competição entre os “mineradores” não seja substituído por outro. O processamento de blockchain como está hoje é totalmente insustentável e precisa ser repensado, muito embora a iminência de um blackout ainda esteja fora do horizonte no curto prazo.
Fonte: Jornal DCI – 05/02/2018
RobertoStern
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