O custo para erradicar os lixões

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A disposição adequada de resíduos urbanos é viável para a gestão municipal

Todos os especialistas concordam: a gestão adequada do lixo urbano está entre os principais desafios em termos de sustentabilidade. São incontáveis os problemas de saúde pública, ambientais e sociais relacionados aos aterros irregulares e lixões.

Um estudo recente da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (FIPE), encomendado pela Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), traz um novo componente para esse debate: os efetivos custos financeiros para a erradicação dos lixões. Segundo o trabalho, o custo per capita mensal para a erradicação dos lixões é de cerca de R$ 2,60.

O estudo indica que a disposição final dos resíduos urbanos em aterros sanitários, de forma adequada e ambientalmente correta, é uma solução economicamente viável para a gestão municipal.

É o momento de os atores envolvidos nos debates em torno da gestão de resíduos sólidos (poder público, investidores privados, organizações não governamentais, comunidades e também empresas que possam reciclar, reutilizar ou transformar esses resíduos em fonte de energia e/ou matéria prima) tenham uma postura harmônica e alinhada em busca de soluções para esse enorme desafio.

A experiência e as boas práticas internacionais não podem ser deixadas de lado. O melhor exemplo vem, sem dúvida, da União Europeia. Lá os aterros regulares estão sendo banidos. O compromisso é que em toda a região eles sejam extintos até 2020. E como fazer isso? Transformando tudo que não pode ser reciclado em energia ou matéria-prima para outras atividades. É sobre esse esforço que pode recair o investimento de R$ 2,60 habitantes/mês descrito no estudo da FIPE.

É este compromisso, por exemplo, que leva as fábricas da InterCement em Portugal a substituírem combustíveis fósseis por combustíveis derivados de resíduos urbanos gerados em Portugal, na Inglaterra e Holanda. O coprocessamento do resíduo urbano tem a vantagem ainda de criar um novo ciclo econômico, com geração de empregos e desenvolvimento tecnológico.

A InterCement já tem experiência em atuar na fase anterior ao coprocessamento em si. Em Alexandria, no Egito, a dinâmica de separação e preparo de resíduos é responsável por dar destinação ambientalmente correta aos resíduos (20% são coprocessados nos fornos da unidade) e de maneira muito rápida: do conceito até a entrada em operação se passaram-se apenas cerca de 12 meses.

E o que falta no Brasil? Regulamentação e incentivo para que os investidores tenham garantias que os resíduos cheguem às unidades na quantidade, prazos e preços para viabilizar seus investimentos. Como exercício, uma região estudada por nós no estado de São Paulo com população de 280 mil habitantes, com alta densidade de população rural, o investimento de R$ 2,60 por habitante/mês viabilizaria a transformação de mais de 80% dos resíduos coletados (cerca de 55 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos/ano) em combustível para a nossa unidade de cimento na região.

Jared Diamond, no livro Colapso, diz: “o futuro está nas nossas mãos. Não precisamos de novas tecnologias para resolver nossos problemas, embora elas possam fazer alguma diferença, na sua maior parte, só precisamos de vontade política para aplicar soluções já disponíveis…”. É um resumo perfeito de um debate que está aberto e é urgente e desafiador.

Fonte: DCI, por Francisco Leme

 

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