Cooperativas são alternativas contra o trabalho precário

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Por Mariana Checoni

Em meio à crise econômica, a precarização do trabalho vem numa constante e, mesmo que medidas que tornam o trabalho mais precário sejam tomadas para a manutenção das vagas, os níveis de desemprego vêm crescendo desde o início da pandemia, como mostra a Pnad-covid19 (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio).

Com compilação semanal de dados, a pesquisa aponta que no estado de São Paulo a taxa de desemprego foi de 13,6% em junho. Mesmo com medidas tomadas pelo governo federal, algumas até que tiraram os diretos dos trabalhadores, entre 14 e 20 de junho a taxa veio numa crescente das semanas anteriores até o número de 12,3%. Entre 21 e 27 de junho o número foi para 13,1%, na semana seguinte voltou para os 12,3% e entre 5 e 11 de julho a taxa de desemprego saltou novamente para os 13,1%. Uma das categorias que sofre rotineiramente os impactos da precarização do trabalho são os entregadores de aplicativos. Carlos Alberto Saraiva é um dos representantes dos motoboys de Jundiaí e fala sobre a situação em que atuam hoje. “Os aplicativos não têm nenhuma regulamentação, então a gente só trabalha e não tem nada garantido. O pessoal está muito descontente”, reclama. A partir disso, os motoboys de Jundiaí, assim como de outras cidades, fizeram algumas paralisações para reivindicar melhores condições de trabalho, já que uma das principais bandeiras levantadas pela categoria é a de que cerca de metade do valor de uma entrega segue para as desenvolvedoras dos aplicativos, apenas por oferecerem a plataforma.

O movimento nacional conhecido como Entregadores Antifascistas, encabeçado por Paulo Lima, o Galo, divulgou amplamente as reivindicações dos profissionais e o ‘breque dos apps’. Agora o grupo tem o objetivo de criar uma cooperativa de entregadores para fazer frente aos grandes aplicativos de entrega. Saraiva fala que, embora não tenham ligação com os Entregadores Antifascistas, pelo viés político, apoiam a ideia da cooperativa e querem participar do empreendimento. “Estamos em contato com o Galo para participar da cooperativa. Só que o custo do aplicativo é muito alto, no mínimo R$ 300 mil. A cooperativa está sendo desenvolvida em uma plataforma de cooperativas usada em vários países do mundo. Creio que antes do ano acabar já teremos esse aplicativo. Tem plataformas concorrentes de iFood, Uber Eats, Rappi, mas cooperativa é inédito. O movimento dos Antifascistas não está ligado com o nosso porque não somos de esquerda nem de direita, não queremos ser massa de manobra de político”, diz ele.

COOPERAÇÃO

Segundo o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), o ano de 2019 encerrou com 6.552 cooperativas no Brasil e até o dia 30 de junho deste ano este número já era 6.579 ativas, 37 a mais desde o início do ano. Este crescimento, mesmo durante a crise, mostra que, além da melhoria no trabalho, as cooperativas podem ser uma alternativa ao desemprego. Coordenadora de gestão de cooperativas do Sescoop/SP, Andréa Pinheiro fala sobre o cooperativismo em tempos de crise. “Temos recebido demandas de grupos que foram impactados pela pandemia. Através da cooperativa você elimina os intermediários e aumenta o poder de barganha. Há mais equidade também e a retirada que o cooperado tem é sobre a prestação de serviço ou sobre a produção”, diz ela sobre a importância do trabalho neste tipo de organização. Ela explica que na divisão dos ganhos, grande parte do trabalho de entregadores vai para o dono da plataforma. Na cooperativa é ao contrário. Fica uma pequena parcela com a cooperativa e a maior vai para o cooperado. “É mais democrático porque todas as regras são definidas pelos cooperados. Eu acredito que o futuro como cooperativa para o trabalho é uma grande alternativa para que profissionais consigam atender o mercado”, comenta a coordenadora sobre o surgimento de cooperativas para entregadores neste momento. Andréa usa como exemplo dois casos de cooperativas surgidas nesta pandemia, uma de costureiras de Piracicaba, que fazem máscaras de pano, mas têm perspectivas de outros produtos para o pós-pandemia, e uma de agricultores de Bertioga, atuantes em feiras e agora investiram no e-commerce. Ambos mostram a possibilidade de cooperação em diversos setores. “Há uma lei de 2012 que atualizou os direitos dos trabalhadores em uma cooperativa para que tenham um descanso, uma assistência de saúde e para evitar a intermediação da mão de obra”, afirma sobre o amparo aos cooperados. De acordo com a legislação brasileira, para uma cooperativa ser constituída é preciso um número mínimo de 20 pessoas, com exceção das cooperativas de trabalho, que podem ser formadas com pelo menos sete cooperados.

Fonte: https://www.jj.com.br

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