Especialista recomenda que as pessoas estabeleçam regras para trabalho por conta própria

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Ao abrir um negócio, o empreendedor tem que assumir pelo menos seis funções que não eram de sua responsabilidade antes: contabilidade, comercial, técnica, administração, segurança e financeiro.

Para cada uma, é preciso preparo e tempo disponível, alerta o analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Minas Gerais (Sebrae-MG) Bismarck Esteves. “Ele pode não ter todos esses departamentos estruturados, com setores e equipes específicas, mas, na prática, tem que cuidar de todas essas funções”, diz.

Foi o que descobriu Débora Nunes quando trocou um emprego em um escritório de advocacia por uma lanchonete própria, a Lancheria BH. “Eu sempre trabalhei muito, mas dentro da minha especialidade. Se tinha papel higiênico no banheiro ou tinta na impressora, não era problema meu”, compara ela, que hoje, junto com um sócio, tem que gerir estoque, fluxo de caixa, pagamento de funcionário, compra de insumos, pagar contas de água e luz e cuidar do relacionamento com o cliente, além de preparar e servir os lanches.

Na Intervalo Lanches, Márcio Luiz de Castro vive a mesma experiência. “Outro dia, esqueci de trazer o bacon do sanduíche e tive que voltar em casa para buscar, enquanto minha mulher ficava no trailer. Se eu fosse funcionário, não teria que me preocupar”, diz.

Para não se perder em meio a tantas obrigações, a saída é a organização, diz Esteves. Por isso, ele recomenda que a pessoa crie regras para organizar sua rotina de trabalhador sem patrão. “Ela não vai ter as 24 horas do dia para o trabalho. Tem que organizar para aproveitar bem o tempo”, diz. Ele completa que essa rotina, que envolve horários fixos e lista de tarefas, deve ser cumprida “faça chuva ou faça sol”. “Tem que viver o negócio”, afirma.

Esteves afirma que é muito comum que as pessoas pensem apenas no trabalho em si e se esqueçam das outras funções que serão agregadas e podem ser decisivas no sucesso do empreendimento. Ele diz ainda que a disposição e a capacitação para desempenhar todas as funções fazem parte da análise do custo-benefício de ser empreendedor.

Planejado. Débora lembra que planejou bem a abertura da lanchonete, incluindo a parte financeira e de gestão. “Eu e meu marido fizemos até o cálculo de quanto tempo eu poderia ficar sem uma renda”, conta. Eles estimaram o tempo em dois anos, prazo que vai vencer em agosto. Até agora, os resultados seguem dentro do esperado, apesar de o ganho dela ainda ser 70% menor do que quando trabalhava como advogada. Para se adequar, Débora diz que compra “apenas o básico”.

Entre uma tarefa e outra, sobra pouco tempo e pouco dinheiro, mas ela está muito mais feliz, garante. Ela conta que nunca se realizou no direito – área que cursou para agradar à família – e que sempre quis trabalhar com o público. “Eu gosto da falta de rotina e do contato com as pessoas”, diz.

Essa falta de rotina inclui expediente das 7h30 às 17h na loja todos os dias, como recomenda o analista do Sebrae. Em casa, ela se dedica ao trabalho depois que o filho dorme, e a jornada pode durar até meia-noite. “Tem ainda os fins de semana”, completa. Sem o planejamento inicial, ela diz que não teria condições de se tornar uma empresária. “Estaria infeliz no direito até hoje”, diz.

Números. O Brasil tem cerca de 7 milhões de microempreendedores individuais. Em um ano, a alta foi de 16,8%. Em Minas são 766.546, o que representa 11% do total registrado no país.

Seis atribuições básicas de um negócio

Técnica. Todas as empresas, de qualquer porte ou setor de atuação, têm seis funções básicas que devem ser exercidas. A primeira é a técnica: é a unidade produtiva, ou seja, o serviço que ela presta ou o produto que fabrica.

Comercial. Responsável por criar estratégias para a venda dos produtos e serviços e atrair os clientes.

Contabilidade. Registros, balanços e estatísticas que permitem conhecer e organizar as receitas e os gastos da empresa.

Segurança. Proteção e preservação dos bens e dos trabalhadores.

Financeiro. Administra o recurso financeiro, indicando o melhor momento de realizar pagamentos, aquisições e investimentos sem prejudicar a saúde financeira da empresa.

Administração. Integra as outras cinco funções, organizando e coordenando a atuação de cada uma delas.

Expediente noturno pesou contra

Depois de quatro anos à frente de uma empresa de limpeza que funcionava de madrugada, Andreia Morais desistiu de ser empreendedora. “Financeiramente, não posso reclamar, (a empresa) me deu um bom dinheiro, mas também tomava todo meu tempo. Estava no limite, pois não tinha férias nem nada. Aí, resolvi vendê-la”, conta.

A empresa prestava serviços para a área médica, e o trabalho ia das 17h30 às 6h30. “Isso quando não me ligavam para reclamar de alguma coisa e eu tinha que voltar para refazer”, lembra ela. Fora do horário de expediente, ela ainda tinha que fazer compras e cuidar da parte administrativa.

Andreia conta que uma das motivações para empreender foi acreditar que teria mais tempo para ficar com a filha. Mas o negócio exigiu muito e o efeito foi o contrário. “Fiquei mais longe dela. Tive que colocá-la na escola porque precisava dormir de dia, e à noite pagava alguém para ficar com ela em casa”, lembra. Ela passava apenas três ou quatro horas do dia com a garota.

Fonte: O Tempo – Economia

Foto Reprodução: O Tempo – Economia

 

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