Yiwu, a cidade chinesa que inunda o mundo com mercadorias baratas

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Cidade na província de Zhejiang, sudeste da China, se tornou ‘capital mundial das pequenas commodities’, de onde saem roupas, calçados, brinquedos, bijuterias e eletroeletrônicos

Yiwu, China – É de Yiwu, na província de Zhejiang, no sudeste da China, que saem mercadorias chinesas de alto consumo que inundam o varejo brasileiro. Roupas, calçados, brinquedos, bijuterias, eletroeletrônicos e todo tipo de lembrancinha são produzidos e comercializados na cidade denominada em 2015 pelo presidente Xi Jinping como capital mundial das pequenas commodities.

Essa infinidade de produtos é ofertada em centros comerciais gigantescos estabelecidos no início dos anos 80, quando a China começou seu processo de reforma e abertura econômicas. Naquele momento, a cidade definiu como estratégia de desenvolvimento econômico crescer com base no comércio. Para isso, iniciou a construção de centros de atacado distribuídos em várias fases, com uma área total que hoje chega a 6,4 milhões de metros quadrados e inclui 75 mil lojas.

Esse conjunto de shoppings conhecido como Cidade do Comércio oferece um mix estimado de 1,8 milhão de produtos, de 26 categorias, a compradores do mundo todo. Os itens comercializados têm como destino mais de 210 países e regiões, calcula a administração municipal.

O volume anual de vendas é estimado em 2 bilhões de iuanes, aproximadamente R$ 1 bilhão, o que faz desse conjunto o maior do mundo no segmento de atacado. Algumas lojas, identificadas com uma marca azul na porta, também vendem para o consumidor final. Diariamente são despachados no total 2,88 milhões de itens, inclusive por meio das empresas de e-commerce que atuam no local.

Segundo o vice-diretor de Relações Exteriores da Administração Municipal de Yiwu, que se apresenta apenas com o nome Regan, a cidade recebe cerca de 500 mil visitantes a cada ano. Estima-se que mais de 15 mil deles, de mais de 100 países e regiões – cerca de 400 da América Latina -, acabam se tornando residentes em Yiwu, o que explica por que a população de origem externa chega a 1,16 milhão de pessoas – maior que o número de moradores nativos, de 760 milhões. Foi uma das primeiras cidades de seu porte na China autorizadas a convidar estrangeiros a se estabelecer no país.

Aqui também são comercializados produtos importados de mais de 100 países. O mix supera 800 mil produtos, diz Regan. Do Brasil, por exemplo, há itens de decoração com pedras ornamentais e cristais, mas também alimentos, como carne bovina. Alimentos in natura e industrializados também são trazidos de outros países da América Latina, como frutas do Chile, condimentos do México e vinhos da Argentina, enumera.

A administração local oferece facilidades para estrangeiros que queiram estabelecer seus negócios ali, diz Regan. Uma delas é reunir em um único ponto, o Yiwu 365 Public Service Center, todos os órgãos envolvidos no processo. Assim, é possível um empreendedor forasteiro abrir sua empresa em apenas um dia, afirma. “Basta ter o passaporte, um endereço e o nome da empresa”, diz. Mais de 2.800 companhias estrangeiras estão registradas na cidade.

Há um guia sobre esse centro de serviços e mais informações sobre negócios na versão em inglês do site da administração local (que pode ser encontrado no endereço: http://yw.gov.cn/english/).

A convivência entre nativos e estrangeiros e as dificuldades de comunicação que podem decorrer daí justificou a criação de uma minicâmara de arbitragem para discutir conflitos, principalmente os de natureza comercial. O Comitê Popular de Mediação de Disputas Internacionais de Yiwu, subordinado ao Departamento de Justiça da cidade, é de 2013 e resolve uma média de 120 causas por ano, diz seu diretor, Chen Jin Yan.

Babel

Diferenças de cultura e religião podem originar discussões, diz Chen. Ele cita como exemplo o rosário dos católicos e o colar de contas dos muçulmanos. “O formato é parecido, mas o número de contas é diferente e isso já deu confusão”, conta. Por isso, o Departamento de Justiça convidou comerciantes de países e costumes variados para ajudar na arbitragem.

Um deles é Paula Yu, comerciante de família chinesa que viveu em Costa Rica e hoje está estabelecida em Yiwu. A maior parte dos atritos se refere a mal-entendidos sobre transações firmadas sem um contrato preciso, afirma. Por isso, é importante que vendedores e compradores relacionem detalhadamente todas as características do produto, como quantidade, cor exata e material, recomenda.

O comitê conta com 20 mediadores. Quando uma causa é apresentada, três deles são escolhidos para examinar a questão sob diferentes pontos aspectos e de vista para propor uma solução que evite a judicialização.

Aspectos extemporâneos, como mudanças bruscas no câmbio entre as moedas dos países envolvidos, também são ponderados. Até agora, o valor total das causas chegou a 52 milhões de iuanes (aproximadamente R$ 26 milhões).

(A jornalista viajou a convite da Associação de Diplomacia Pública da China)

Finte: Jornal DCI

Foto: Adriane Castilho/DCI

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